Anderson Silva foi preso temporariamente em agosto, mas decisões mantêm investigado recluso. Defesa planeja entrar com pedido de habeas corpus. Policial penal foi preso em agosto, durante operação da Draco Polícia Civil/Divulgação A juíza Lívia Simone Cardoso, da Vara do Tribunal do Júri de Macapá, decretou a prisão preventiva do policial penal Anderson Luiz Dias da Silva, de 41 anos, na ação penal por um homicídio de 2018 do qual ele é réu. Ele já está detido no sistema penitenciário desde agosto, quando foi preso na operação "Calabar", da Polícia Civil do Amapá. A investigação aponta que Anderson teria recebido entre R$ 15 mil e R$ 20 mil a cada remessa de drogas e celulares levada por ele para o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen). O mandado era temporário, no entanto, segundo a Divisão de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), essa prisão também foi convertida em preventiva. Anderson já havia sido preso pelo homicídio na semana do crime. Marcelo Brito da Silva, de 25 anos, foi morto com 3 tiros em 2018, após uma discussão no trânsito. Na delegacia, o policial penal alegou na época que não tinha a intenção de matar e que os disparos foram feitos "para assustar a vítima". Agente penitenciário é réu por matar Marcelo Brito da Silva, em 2018, em Macapá (foto de 2018) Polícia Civil/Divulgação Defesa de Anderson, o advogado Elias Reis declarou que deve pedir a liberdade do agente em relação ao homicídio. No caso da prisão preventiva da operação da Draco, ele informou que já entrou com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap). "Em nenhum dos casos não estão presentes requisitos do artigo 312 do Código do Processo Penal. [...] Diferente dos magistrados do 1º grau, que entendem ter os requisitos, a defesa dele entende que não existe. Na questão do homicídio, não tem nenhuma notícia de que estava ameaçando testemunha. Falta apenas o interrogatório dele", disse Reis. Na decisão da Vara do Tribunal do Júri, na sexta-feira (17), a juíza ressaltou que o agente "continua praticando crimes graves", citando a prisão na operação, e que ele estaria integrando uma organização criminosa. "Há fortes indícios que apontam, em tese, sua participação em outros crimes, tais como tráfico de drogas, organização criminosa e corrupção passiva, motivo pela qual não vejo outra medida que não a decretação da prisão, para fins de garantia da ordem pública. Medidas cautelares diversas da prisão não se mostram suficientes e adequadas para o caso, pois réu já deixou clara a intensão de permanecer na prática delitiva",
escreveu a magistrada. Homicídio Marcelo Brito da Silva foi morto em 2018 Reprodução Facebook Marcelo Brito da Silva, de 25 anos, foi atingido por três tiros no "Lugar Bonito", praça na orla de Macapá, na madrugada de véspera do Natal de 2018. O homicídio teria sido o resultado de uma discussão que iniciou no trânsito momentos antes. Ele morreu no hospital onde foi atendido. O agente penitenciário foi reconhecido por amigos da vítima. Anderson não foi preso em flagrante, mas teria assumido para a Polícia Civil a autoria do crime no dia seguinte ao homicídio. De acordo com a polícia, ele declarou em depoimento que não tinha a intenção de matar e que os disparos foram feitos "para assustar a vítima". A arma utilizada no crime foi entregue para a perícia durante as investigações. Ele tinha a documentação regular e o porte do revólver. 'Calabar' Policial penal foi preso em agosto por atuar em esquema para entrada de drogas e armas no Iapen O mandado de prisão temporária de 30 dias foi cumprido contra o servidor público em 3 de agosto, na Central de Monitoramento Eletrônico (CME) do Iapen, em Macapá. A investigação tem indícios de que o policial penal integra uma organização criminosa e beneficia detentos. Na época, o advogado Bruno da Costa declarou que Anderson negou as acusações, disse que nada foi encontrado com o cliente e que a investigação se baseia em suposições. "Não foi encontrado nada com o Anderson, nenhuma droga, na residência dele não foi feita busca e apreensão. Só existe supostas testemunhas que afirmam terem presenciado alguma conduta ilícita, mas não tem nenhuma prova contundente que justifique a manutenção da prisão. [...] Estamos averiguando as provas, tomando as medidas necessárias para por ele em liberdade, restaurar a Justiça e comprovar a verdade dos fatos", falou Costa. Servidor público foi preso em agosto na Central de Monitoramento Eletrônico (CME) do Iapen, em Macapá Polícia Civil/Divulgação Além de Anderson, a operação “Calabar” também cumpriu outro mandado de prisão contra um interno do Iapen e 2 mandados de busca e apreensão contra os investigados. Conforme a Draco, o inquérito policial foi instaurado após denuncia do próprio presídio. Após ser preso, Anderson preferiu permanecer em silêncio no depoimento. No entanto, o detento preso na ação afirmou que o agente participava do esquema há cerca de um ano. O policial penal segue recluso no Centro de Custódia do Zerão. Para a Draco, não há dúvidas da participação do servidor. "Era uma atividade ilícita que vinha se desenvolvendo há um certo tempo. Esse policial penal é amigo íntimo de um líder de facção do estado, que inclusive foi transferido para um presídio federal. [...] As provas são claras e não restam dúvidas de que, de fato, foi ele, e que contou com ajuda desse preso", pontuou o delegado Estéfano Santos, em agosto. Veja o plantão de últimas notícias do G1 Amapá ASSISTA abaixo o que foi destaque no AP:
FONTE: https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2021/09/18/justica-decreta-prisao-de-policial-penal-por-homicidio-que-foi-detido-por-levar-drogas-para-presidio.ghtml